quarta-feira, abril 28, 2010

Alívio Da Morte




















Jogado em sua banheira
Desmaiado
Com uma seringa na mão

Em estado de plena exaustão

Assim que seus pais o encontraram
Em sua segunda tentativa de escape
Tentativa de fugir de todo o mal
Toda dor e angustia que o mundo lhe causa
Tentando alcançar o alivio da morte
Pois não há mais prazer em um simples corte.

Cansado de ser ignorado por todos
E tudo que nunca fez
(Ou fez mas nunca notaram)
Ser jogado na cara.

Sem forças pra tentar lutar
(Pois o cansaço já tomou sua alma)
Mal consegue olhar pela janela
Pois não vê mais beleza nesse mundo insano
Apenas vontade de pular
Mais as grades não deixam
E volta a se cortar pra gozar do alivio instantâneo.

E a cada dia que passa
Essa dor se torna mais forte
Querendo ir alem.

E um dia em seu porão
Sentado num canto escuro
Decidi não mais esperar
E acabar logo com a dor
Que nunca vai cessar.

Envolveu uma corrente em seu pescoço
Subiu em uma cadeira
E com um sorriso gratificante
Pulou.
E partiu pra um lugar distante
Pra onde sempre ansiou estar.

E por dezessete anos
Aquele fora o momento
Mais feliz de sua vida.

Vida da qual partiu
Deixando apenas um bilhete
Em sua cama, dizendo:
'Parti de um mundo em que nunca vivi,
De que nunca fiz parte,
E se falta fizer a ti
Pegue sua sorte e junte-se a mim
No
alívio da morte.'

Um comentário: